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Sob quais condições as espécies podem coexistir? Essa é uma questão central na ecologia e biologia. Há várias hipóteses e teorias relacionadas à coexistência e por consequência à diversidade de organismos no ambiente. Neste exercício vamos investigar como o balanço entre a capacidade de colonização e competição pode gerar a coexistência de espécies com estratégias distintas. Estamos ainda enfatizando os processos de colonização e extinção, descritos pelos modelos de metapopulações.
Vamos partir do modelo metapopulações com colonização interna, que tem uma espécie cuja dinâmica da proporção de manchas já é bem conhecida de vocês:
df1dt=i1f1(1−f1)−pef1
onde:
Agora vamos acrescentar mais uma espécie ao sistema 1). Esta espécie será uma competidora fraca: só permanece em manchas desocupadas. Isto significa que as manchas disponíveis para sua colonização são apenas as vazias, e que ela é excluída se uma mancha que ocupa é colonizada pela outra espécie. A variação da fração de manchas ocupadas por esta espécie é definida como:
df2dt=i2f2(1−f1−f2)−i1f1f2−pef2
A equação para a espécie 2 não tem nenhum coeficiente novo, apenas combinações diferentes deles:
A fração de manchas ocupadas pela espécie 1 no equilíbrio permanece:
F1=1−pe/i1
E a fração de manchas ocupadas pela espécie 2 no equilíbrio é:
F2=pe/i1−i1/i2
Portanto, para que a metapopulação da espécie 2 seja viável neste modelo (F2>0), é preciso satisfazer a desigualdade:
pe/i1>i1/i2
A dedução dos valores em equilíbrio pede apenas manipulações algébricas muito simples. Se você ainda se assusta com matemática, tenha em mente que o essencial é compreender a lógica de cada passo de dedução. Para as manipulações em si, há programas de matemática simbólica que podem lhe ajudar, como o MAXIMA, que é de uso livre 2).
Baixe e instale o programa com sua interface gráfica wxMaxima, abra esse arquivo aqui com os comandos e tecle crtl-R
para executar.
Vamos usar simulação computacional para gerar uma dinâmica estocástica que segue as regras do modelo de equações diferenciais da variação na proporção de manchas ocupadas para as duas espécies, descritas acima. A simulação é bastante parecida com as usadas nos exercícios de metapopulações. A seguir descrevemos a sequência de instruções que o programa EcoVirtual executa 3). Leia com atenção e imagine o programa processando as informações como se fosse um tabuleiro em que cada casa pode ter três estados: vazio, ocupada com a espécie 1 ou ocupada com a espécie 2.
Para prosseguir você deve ter o ambiente R com os pacotes Rcmdr e Ecovirtual instalados e carregados. Se você não tem e não sabe como ter, consulte a página de Instalação.
Para o roteiro das simulações aqui sugeridas é necessário apenas abrir a Meta Competition que se encontra no menu EcoVirtual>Two species> Meta Competition… . A janela dos parâmetros do modelo se abrira:
Os parâmetros aqui são os mesmos da colonização interna, com a adição de uma nova espécie:
opção | parâmetro | definição |
---|---|---|
data set | objeto no R | guarda os resultados |
Maximum time | tmax | Número de iterações da simulação |
columns | ncol | número de colunas de habitat da paisagem |
rows | nrows | número de linhas de habitat da paisagem |
Best Competitor | Parâmetros para a melhor competidora | |
initial occupance | fi1 | proporção de manchas ocupadas no inicio pela sp1 |
colonization coef. | i1 | coeficiente de colonização i das sp1 |
Inferior Competitor | Parâmetros para a pior competidora | |
initial occupance | fi2 | proporção de manchas ocupadas no inicio pela sp2 |
colonization coef. | i2 | coeficiente de colonização i da sp2 |
Both Species | Parâmetros comuns para as duas espécies | |
prob. extinction | pe | probabilidade de extinção |
Habitat Destruction | D | proporção de manchas não disponibilizadas |
Show simulation frames | anima=TRUE | mostra cada tempo simulado |
Comece com uma simulação com estes parâmetros:
tmax=100, colunas=20, linhas=20, fi1=0.1, fi2=0.4, i1=0.4, i2=0.5 e pe=0.25
Calcule o valor de equilíbrio para cada espécie segundo as fórmulas do tópico acima Equilibrio. Verifique se os valores teóricos (calculados) de F1 e F2 são coerentes com o valor da simulação.
Não seja destrutivo!
O parâmetro D no modelo controla a quantidade de habitat destruído no início da simulação. Não vamos, ainda, mostrar nossa imensa capacidade destrutiva, isso faz parte do próximo roteiro. Por enquanto deixe o parâmetro sempre em zero.
Definimos a espécie 2 como uma pior competidora. Isto a condena sempre à extinção? Estude o efeito de diferenças nas habilidades de colonização sobre a coexistência. Para isto, faça variar o parâmetro de colonização da espécie 2, mantendo os demais constantes. Identifique as condições de coexistência, e de extinção de cada espécie.
Inicie com os seguintes parâmetros:
tmax = 100, n_col = 20, n_rows =20, fi1 = 0.05, fi2 = 0.05, i1 = 0.1, i2 = 0.1, pe = 0.05
Agora mantenha tudo constante e mude apenas o parâmetro i2 para:
Interprete os resultados.
Vamos começar a simulação com uma nova combinação de parâmetros, em que espécie 2 tem o triplo de capacidade de colonização que a espécie 1:
tmax=100, n_col=20, n_row=20, fi1=0.1, fi2=0.1, i1=0.1, i2=0.3, pe=0.05
Há extinção regional (todas as manchas) de alguma espécie nessa simulação? Faça variar a probabilidade de extinção mantendo os demais parâmetros constantes, para investigar o efeito do regime de perturbação sobre este resultado:
pe
para 0.07pe
de 0.08 a 0.14 a cada 0.02 Caso não chegue ao equilíbrio:
Dicas
Muitas vezes para conferir se realmente o sistema tende ao equilíbrio teórico é necessário aumentar o tempo da simulação. Quando a animação está ativada, isso pode demorar um pouco para ser processado. Para evitar demoras, desligue a animação tirando a seleção do “Show simulation frames”.
Ocupância pode ser definida como a proporção de manchas disponíveis ocupadas pela espécie. No nosso modelo a ocupância inicial das espécies é definida pelos parâmetros fi1
e fi2
fi1
e fi2
;