Diferenças
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| — | ecovirt:roteiro:neutr:neutra_base [2022/10/25 04:41] (atual) – criada - edição externa 127.0.0.1 | ||
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| Linha 1: | Linha 1: | ||
| + | BASE | ||
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| + | ====== Teoria neutra da biodiversidade ====== | ||
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| + | A Teoria Neutra é um modelo de processos estocásticos de nascimentos, | ||
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| + | ===== Preparação: | ||
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| + | {{http:// | ||
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| + | A Teoria Neutra usa uma classe de modelos de dinâmica estocástica, | ||
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| + | Faça os tutoriais de caminhadas aleatórias, | ||
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| + | |||
| + | ====== A Teoria passo a passo ====== | ||
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| + | {{: | ||
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| + | Agora que entendemos algumas propriedades básicas de cadeias Markovianas simples vamos construir o modelo estocástico da Teoria Neutra, passo a passo, usando funções do **EcoVirtual**. | ||
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| + | ===== Dinâmica Local sem Migração ===== | ||
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| + | Vamos começar com um modelo para a comunidade em um dado local, usando um jogo de soma zero, similar ao jogo de apostas do roteiro [[ecovirt: | ||
| + | - A comunidade tem um total fixo de indivíduos JJ que não se altera; | ||
| + | - Estes indivíduos pertencem a populações de um certo número SS de espécies; | ||
| + | - No início todas as populações têm o mesmo número de indivíduos jj. Portanto, no início J=j×SJ=j×S ((esta é uma regra da simulação no EcoVirtual, mas não da teoria neutra em si. Os resultados não são afetados por diferenças nas abundâncias iniciais)) | ||
| + | - Um dos indivíduos é sorteado para morrer | ||
| + | - Em seguida, os indivíduos remanescentes são sorteados, para definir quem produzirá o filhote que ocupará o lugar do indivíduo morto. | ||
| + | |||
| + | ====== Parametros ====== | ||
| + | |||
| + | |||
| + | com as seguintes opções: | ||
| + | |||
| + | ^ Opção ^ parâmetro ^ O que faz ^ | ||
| + | ^ Number of Species|S| número inicial de espécies| | ||
| + | ^ Individuals per Species|j| número inicial de indivíduos por espécies. Começamos com o mesmo número de indivíduos por espécie, portanto o tamanho da comunidade será J=SjJ=Sj| | ||
| + | ^ Number of dead per cycle|D| número de mortes por ciclo ((que manteremos sempre em uma))| | ||
| + | ^ Cycles per simulation| cycle| número de ciclos por simulação| | ||
| + | |||
| + | |||
| + | Simule uma comunidades com 100 espécies e 2 indivíduos por espécie: | ||
| + | |||
| + | |||
| + | * S = 100 | ||
| + | * j = 2 | ||
| + | |||
| + | |||
| + | |||
| + | ====== sm simule ====== | ||
| + | |||
| + | Repita algumas vezes. | ||
| + | O que acontece com o número de espécies com o passar do tempo? Verifique se isto muda aumentando o tamanho da comunidade, que é o produto SjSj. Portanto basta manter o mesmo número de espécies e aumentar o número de indivíduos por espécie: | ||
| + | |||
| + | |||
| + | * S= 100 | ||
| + | * cycles = 10.000 | ||
| + | * j = 2 a 12, a intervalos de 2 | ||
| + | |||
| + | |||
| + | ====== sm perguntas ====== | ||
| + | - Para qual número de espécies | ||
| + | - Qual o efeito do tamanho da comunidade sobre a taxa de perda de espécies? | ||
| + | |||
| + | ====== Incluindo Migrações ====== | ||
| + | |||
| + | |||
| + | {{: | ||
| + | Sabemos que as comunidades não são sistemas fechados. Então a chegada de migrantes pode compensar a perda de espécies que observamos na simulação anterior. Vamos supor, então, que há um reservatório externo de migrantes, que chamamos **metacomunidade**. Uma maneira bem simples de se fazer isto é supor uma **metacomunidade infinita**, com todas as espécies do início da simulação, | ||
| + | |||
| + | |||
| + | |||
| + | ====== incluindo migrações cont ====== | ||
| + | |||
| + | Compare a dinâmica de número de espécies ao longo do tempo em comunidades sem migração, e com valores crescentes de taxa de migração. Para isso experimente valores de migração ('' | ||
| + | |||
| + | * S = 100 | ||
| + | * j = 2 | ||
| + | * cycles = 10.000 | ||
| + | * m = 0 a 0,5, a passos de 0,1 | ||
| + | |||
| + | ====== incluindo migrações questões ====== | ||
| + | - Para qual número de espécies uma comunidade com dinâmica neutra e imigrações tende, dado tempo suficiente? | ||
| + | - Qual o efeito de aumento da imigração sobre o estado final da comunidade? | ||
| + | - O que acontece se aumentamos o tamanho da comunidade? Dica: experimente simular com uma mesma taxa de migração e vários tamanhos de comunidade, começando com 10 indivíduos por espécie. | ||
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| + | ====== Uma Metacomunidade mais Realista ====== | ||
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| + | {{ : | ||
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| + | Um reservatório infinito de espécies não parece ser uma premissa muito realista. Que tal substituí-lo por um conjunto de populações com a mesma dinâmica que usamos para a comunidade? Teríamos, então, dois sistemas acoplados, cada um com sua dinâmica estocástica de nascimentos e mortes. | ||
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| + | Mas se a metacomunidade também segue a dinâmica estocástica de soma zero, também perderá espécies com o tempo. Como resolver? Começamos por admitir que a metacomunidade é muito maior que a comunidade, pois representa o //pool// regional de colonizadores. Ou seja, é um sistema bem maior, pois tem mais espécies e indivíduos. Vamos supor, muito modestamente, | ||
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| + | Apenas para lembrar o efeito do tamanho da comunidade sobre a erosão de espécies, use novamente a função de simulação sem migração para comparar sistemas que diferem nesta ordem de grandeza: | ||
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| + | * S = 100 | ||
| + | * cycles = 20.000 | ||
| + | * j = 2 e 20 | ||
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| + | Já é possível perceber que para tamanhos razoáveis (ou mesmo pequenos) de metacomunidades a erosão de espécies é bem lenta. Portanto, uma entrada de espécies a uma taxa também muito lenta já seria suficiente para compensar as extinções. Se for tão lenta quanto o tempo necessário para a evolução de uma nova espécie no sistema já temos a solução: na metacomunidade, | ||
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| + | Assim, definimos uma taxa de especiação, | ||
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| + | ====== parametros simhub3 ====== | ||
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| + | Agora temos argumentos também para os parâmetros da metacomunidade: | ||
| + | ^ Opção ^ parametro ^ O que faz ^ | ||
| + | ^ Number of Species (Metacommunity)|Sm| número de espécies da metacomunidade^ | ||
| + | ^ Individuals per Species (Metacommunity)|jm| número de indivíduos por espécie na metacomunidade^ | ||
| + | ^ Speciation rate|nu| taxa de especiação na metacomunidade^ | ||
| + | ^ Migration rate|m| taxa de migração na metacomunidade^ | ||
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| + | Usando os tamanhos de comunidades e metacomunidades que já definimos, avalie o efeito de aumentar a taxa de migração, mantendo os outros parâmetros constantes: | ||
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| + | * S = 100 | ||
| + | * j = 2 | ||
| + | * Sm = 200 | ||
| + | * jm = 20 | ||
| + | * nu = 1×10−91×10−9 | ||
| + | * m = 0 a 0,4 a intervalos de 0,1 | ||
| + | |||
| + | |||
| + | ====== exploracoes simhub3 ====== | ||
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| + | Experimente também variar os tamanhos da comunidade e da metacomunidade, | ||
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| + | Outra boa idéia é aumentar o tempo das simulações, | ||
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| + | <WRAP info center round 80% > | ||
| + | O modelo de Hubbell permite o cálculo do //**Número fundamental da biodiversidade**//, | ||
| + | </ | ||
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| + | ======questoes simhub3====== | ||
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| + | - Em escala de tempo ecológico a metacomunidade desta simulação tem efeito muito diferente da metacomunidade fixa e infinita da simulação anterior? | ||
| + | - Qual o efeito de uma maior taxa de especiação na metacomunidade sobre a dinâmica da metacomunidade? | ||
| + | - O que acontece se a metacomunidade é muito pequena? | ||
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| + | ====== Para saber mais ====== | ||
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| + | ==== Introduções ==== | ||
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| + | * Harpole, W. (2010) Neutral Theory of Species Diversity. [[http:// | ||
| + | * Cassemiro, F.A.S. & Padial, A.A. 2008. Teoria Neutra da Biodiversidade: | ||
| + | * Alonso, D., R. S. Etienne, and A. J. Mckane 2006. The merits of neutral theory. Trends in Ecology & Evolution | ||
| + | * Um pacote em R para simulação e ajuste dos modelos de distribuição de espécies previstos pela teoria. **A introdução é uma excelente explicação da teoria**: | ||
| + | * Hankin, R. 2007. Introducing untb, an R Package For Simulating Ecological Drift Under the Unified Neutral Theory of Biodiversity. Journal of Statistical Software 22: 12 [[http:// | ||
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| + | ==== Mais avançadas ==== | ||
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| + | * O livro (referência básica, mas nem sempre didática quanto ao modelo): | ||
| + | * Hubbell, S.P. (2001). The Unified Neutral Theory of Biodiversity and Biogeography. Princeton University Press. | ||
| + | * Rosindell, | ||
| + | * Renshaw, E. 1991. Modelling biological populations in space and time Cambridge University Press. Excelente apresentação de dinâmicas estocásticas. | ||
| + | * Uma boa revisão da evidência empírica até a época, com comparações com outros modelos neutros: Brian J. McGill, Brian A. Maurer, Michael D. Weiser (2006) EMPIRICAL EVALUATION OF NEUTRAL THEORY. Ecology: Vol. 87, No. 6, pp. 1411-1423. | ||
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