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ecovirt:roteiro:pad_spat

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ecovirt:roteiro:pad_spat [2021/09/20 11:31]
adalardo [Contexto]
ecovirt:roteiro:pad_spat [2022/09/27 12:13]
127.0.0.1 edição externa
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 {{  :​ecovirt:​roteiro:​26_fha_rshow_terra3.jpg?​300|}} {{  :​ecovirt:​roteiro:​26_fha_rshow_terra3.jpg?​300|}}
-Investigar o padrão espacial em uma populações de +Investigar o padrão espacial em populações de plantas e discutir quais processos subjacentes poderiam gerar os padrões observados. Antes de tudo, porém, precisamos definir alguns conceitos. ​
-plantas e discutir quais processos subjacentes poderiam gerar os padrões observados. Antes de tudo, porém, precisamos definir alguns conceitos. ​+
  
 ===== Contexto ===== ===== Contexto =====
Linha 27: Linha 26:
   * ser estatisticamente tratável: passível de calcular a incerteza do valor e testar a diferenças entre amostras.   * ser estatisticamente tratável: passível de calcular a incerteza do valor e testar a diferenças entre amostras.
  
-Para essa prática usaremos uma estimativa de aleatoriedade de pontos chamada K-Ripley. Primeiro iremos utilizar dados de distribuição simulados com diferentes padrões e em seguida utilizar a mesma técnica para detectar o padrão espacial em uma população natural. ​+Para essa prática usaremos uma estimativa de aleatoriedade de pontos chamada K-Ripley ​(e sua padronização chamada L-Ripley). Primeiro iremos utilizar dados de distribuição simulados com diferentes padrões e em seguida utilizar a mesma técnica para detectar o padrão espacial em uma população natural. ​
 <WRAP round box center leftalign 100% > <WRAP round box center leftalign 100% >
 //​**__Roteiro__**//​ //​**__Roteiro__**//​
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 O roteiro de [[ep1|índice de dispersão]]((podem rodá-lo em outro momento!)) demonstra como o padrão de distribuição pode ser afetado pelo tamanho da parcela usada. Isso significa que o padrão espacial pode ser **dependente de escala**. O roteiro de [[ep1|índice de dispersão]]((podem rodá-lo em outro momento!)) demonstra como o padrão de distribuição pode ser afetado pelo tamanho da parcela usada. Isso significa que o padrão espacial pode ser **dependente de escala**.
 */ */
-Nesta  prática vamos quantificar o padrão espacial usando um método multiescala. Os métodos de multiescala permitem, com uma única métrica, avaliar como o padrão espacial varia com a escala. ​Ao invés de trabalhar com amostras de uma população de interesse iremos ​descrever o padrão espacial para o conjunto total de indivíduos em uma população. Neste caso, temos um censo da população numa área delimitada e iremos ​ver que acontece com as medidas de agregação ​desde a escala ​de indivíduos ​vizinhos ​até a escala mais ampla da população. ​+Nesta  prática vamos quantificar o padrão espacial usando um método multiescala. Os métodos de multiescala permitem, com uma única métrica, avaliar como o padrão espacial varia com a escala. ​Iremos ​descrever o padrão espacial para o conjunto total de indivíduos em uma população ​em uma área delimitada e iremos ​avaliar ​padrão ​desde a escala ​da vizinhança dos indivíduos até a escala mais ampla da população. ​
 <WRAP right round box 25%> <WRAP right round box 25%>
 {{  :​ecovirt:​roteiro:​mandelbrot-fractals-o.gif?​|}} {{  :​ecovirt:​roteiro:​mandelbrot-fractals-o.gif?​|}}
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-Para a prática vamos utilizar um programinha chamado [[https://​www.ufz.de/​index.php?​en=41413|Programita]],​ feito pelo pesquisador Thorsten Wiegand para quantificar o padrões espaciais usando medidas multiescala baseadas em distância entre pontos. Para baixar o manual do **Programita** clique ​{{:​ecovirt:​roteiro:​manualprogramita2004b.pdf|aqui}}. ​+Para a prática vamos utilizar um programinha chamado [[https://​www.ufz.de/​index.php?​en=41413|Programita]],​ feito pelo pesquisador Thorsten Wiegand para quantificar o padrões espaciais usando medidas multiescala baseadas em distância entre pontos. Para baixar o manual do **Programita** clique ​
  
-No **Programita** existem várias medidas que podem ser usadas para calcular agregação,​ vamos usar duas delas o **O-ring** e o **L de Ripley**+{{:ecovirt:​roteiro:​manualprogramita2004b.pdf|aqui}}
  
-Ambas são abordagens baseadas em pontos, ​que utilizam o cálculo de distâncias ponto a ponto dentro de uma área delimitada. Essas medidas ​podem ser usadas para análises univariadas,​ ou seja, identificando ​o padrão ​para uma única classe de pontosou para análises bivariadas, que identifica ​padrão entre dois tipos de pontos. As análises bivariadas podem ser usadas no contexto de populações para verificar se indivíduos ​de um dado estágio estão espacialmente associados a outroou no contexto de estruturação de comunidades para analisar a agregação de uma espécie ao redor de outra+No **Programita** existem várias medidas ​que podem ser usadas para calcular ​o padrão ​espacialvamos usar duas delas:  ​ ​**K ​de Ripley (na verdadevamos usar sua padronização L-Ripley)** e o **O-ring**
  
-==== L de Ripley (L(r)) ==== +Ambas são abordagens baseadas em pontos, que utilizam o cálculo ​de distâncias ponto a ponto dentro de uma área delimitada. Essas medidas podem ser usadas para análises univariadas,​ ou seja, identificando o padrão para uma única classe de pontos, ou para análises bivariadas, que identifica o padrão entre dois tipos de pontos. As análises bivariadas podem ser usadas no contexto de populações para verificar se indivíduos de um dado estágio estão espacialmente associados a outro, ou no contexto de estruturação de comunidades para analisar se há atração ou repulsão na ocorrência de uma espécie em relação a outra
-{{:​ecovirt:​roteiro:​ripleys_game.jpg?​100 ​ |}} +
  
-O L de Ripley ​é uma medida da densidade média ao redor de cada pontoPara cada ponto na área de estudo ​ é calculada a densidade no interior de um círculo de raio r centrado no ponto (área cinza da figura). Em seguida, calcula-se uma média desses valores obtidos para todos os pontos. ​+==== K de Ripley ​ ​==== 
 +{{:​ecovirt:​roteiro:​ripleys_game.jpg?​100 ​ |}} 
  
-A operação é repetida para diferentes valores de $r$. $L(r)$ ​é uma medida ​derivada dessa densidade média ao redor dos pontos em função do raio de influência $(r)$que permite avaliar de maneira contínua a agregação dos indivíduos+ K de Ripley ​é uma medida ​da densidade média ao redor de cada ponto. Para cada ponto na área de estudo é calculada a densidade no interior de um círculo de raio centrado no ponto (área cinza da figura). Em seguidacalcula-se uma média desses valores obtidos para todos os pontos.
  
 +<WRAP center round box 80%>
 {{  :​ecovirt:​roteiro:​lripley.jpg?​200 ​ |}} {{  :​ecovirt:​roteiro:​lripley.jpg?​200 ​ |}}
-Figura: Implementação da estatística L de Ripley: contagem do número de pontos distantes de $ino interior do círculo de raio $r$. Extraído de Wiegand & Moloney (2004).+Figura: Implementação da estatística L de Ripley: contagem do número de pontos distantes de ''​i'' ​no interior do círculo de raio ''​r''​. Extraído de Wiegand & Moloney (2004)
 + 
 +</​WRAP>​ 
 + 
 + 
 +A operação é repetida para diferentes valores de ''​r'',​ que permite avaliar de maneira contínua o valor de ''​K''​ para diferentes escalas
  
-O $L_{(r)}$ é baseado na função K de Ripley, que é a densidade média de pontos a uma dada distância $r$ de cada ponto, dividida pela intensidade ($\lambda$) dos pontos na área de estudo((intensidade,​ nesse caso, é a densidade total; número de pontos médio por unidade de área)): 
  
 $$ K_{(r)} = \frac{\sum_{i\neq{j}}^{i}I({d_{ij}<​r})}{n}\frac{1}{\lambda}$$ $$ K_{(r)} = \frac{\sum_{i\neq{j}}^{i}I({d_{ij}<​r})}{n}\frac{1}{\lambda}$$
Linha 79: Linha 83:
 Onde:  Onde: 
   * $d_{ij}$ é a distância do ponto $i$ ao ponto $j$;    * $d_{ij}$ é a distância do ponto $i$ ao ponto $j$; 
-  * $I({d_{ij}<​r})$ função indicadora, sendo 1 se o ponto está a uma distância menor que $r$ de $i$fora desse raio o ponto tem valor 0 +  * $I({d_{ij}<​r})$ função indicadora, sendo 1 se o ponto $j$ está a uma distância menor que $r$ do ponto $i$ e 0 se o ponto $j$ está fora desse raio $r$ ao redor de $i$  
-  * $n$ é o número de pontos total. ​+  * $n$ é o número de pontos total;  
 +  * $\lambda$ é a densidade dos pontos.
    
-A interpretação visual do $K_{(r)}$ ​não é muito intuitiva por ser uma função cumulativa. ​Por isso foi criado o L de Ripley, ​$L_{(r)}$que é a transformação:+A interpretação visual do ''​K'' ​não é muito intuitiva por ser uma função cumulativa ​associada à área do círculo relativo a ''​r''​L de Ripley, ​por sua vez é a padronização deste valor
  
 $$ L_{(r)}= (\sqrt{\frac{K_{(r)}}{\pi}}-r) $$ $$ L_{(r)}= (\sqrt{\frac{K_{(r)}}{\pi}}-r) $$
 +
 +Esta transformação faz com que o valor de ''​L''​ para **uma distribuição completamente aleatória seja sempre ''​0''​**,​ para **uma distribuição agregada ''​L > 0''​** e para **uma distribuição homogênea ''​L < 0''​**.
  
  
-que tem uma interpretação mais simples: $L(r)>0$ indica agregação,​ enquanto $L(r)<0$ indica padrão homogêneo. 
  
   ​   ​
Linha 93: Linha 99:
 {{:​ecovirt:​roteiro:​onion_ring.jpg?​200 ​ |Onion ring to rule them all}}  {{:​ecovirt:​roteiro:​onion_ring.jpg?​200 ​ |Onion ring to rule them all}} 
  
-A estatística **O-ring** é similar ao L de Ripley, mas baseada em um anel, ao invés de um círculo. É medida pela contagem do número de pontos em um anel de raio r e largura fixa. Da mesma forma que o L-Ripley também são calculadas as intensidades para diferentes tamanhos de anel, mantendo a largura fixa. +A estatística **O-ring** é similar ao L de Ripley, mas baseada em um **anel**, ao invés de um círculo. É medida pela contagem do número de pontos em um anel de raio //r// e largura fixa. Da mesma forma que o L-Ripley,também são calculadas as intensidades para diferentes tamanhos de anel, mantendo a largura fixa. 
  
 +<WRAP center round box 80%>
 {{ :​ecovirt:​roteiro:​o-ring.jpeg?​200 |}} {{ :​ecovirt:​roteiro:​o-ring.jpeg?​200 |}}
 Figura: Implementação da estatística //O-ring//: contagem do número de pontos distantes de //i// ao longo do raio //r//. Extraído de Wiegand & Moloney (2004). Figura: Implementação da estatística //O-ring//: contagem do número de pontos distantes de //i// ao longo do raio //r//. Extraído de Wiegand & Moloney (2004).
 +
 +</​WRAP>​
  
 Logo, definimos $O(r)$ como:  Logo, definimos $O(r)$ como: 
Linha 103: Linha 112:
 Onde: Onde:
   * $r -l$ : é o raio menos a largura do anel ((igual ao raio interno do anel))   * $r -l$ : é o raio menos a largura do anel ((igual ao raio interno do anel))
-Na completa aleatoriedade espacial $O(r) = \lambda$ (intensidade do padrão), quando o padrão é agregado $O(r) > \lambda$ e quando é homogêneo $O(r) < \lambda$+Na completa aleatoriedade espacial ​(CAE) $O(r) = \lambda$ (intensidade do padrão), quando o padrão é agregado $O(r) > \lambda$ e quando ​o padrão ​é homogêneo $O(r) < \lambda$.
  
  
Linha 113: Linha 122:
   * definir quando uma diferença é ou não aceitável para afirmar que o padrão é diferente do aleatório;   * definir quando uma diferença é ou não aceitável para afirmar que o padrão é diferente do aleatório;
  
-Para os dois primeiros tópicos acima, usamos as fórmulas e calculamos os valores. Para tirar a subjetividade do terceiro, podemos calcular intervalos de confiança ou gerar envelopes((equivalente a intervalo de confiança obtido por simulação numérica )) de confiança ​gerados ​por simulações,​ para definir objetivamente o que é algo diferente do esperado.+Para os dois primeiros tópicos acima, usamos as fórmulas e calculamos os valores. Para tirar a subjetividade do terceiro, podemos calcular intervalos de confiança ou gerar envelopes((equivalente a intervalo de confiança obtido por simulação numérica )) de confiança por simulações ​computacionais, para definir objetivamente o que é algo diferente do esperado ​para a CAE.
  
 </​WRAP>​ </​WRAP>​
Linha 246: Linha 255:
 <WRAP round tip >  <WRAP round tip > 
 **//​__Dica:​__//​** ​ **//​__Dica:​__//​** ​
-Faça um //Print Screen// dos seus resultados para salvar o gráfico de cada análise que fizer ao longo da prática. ​+Faça um **__//Print Screen//__** dos seus resultados para salvar o gráfico de cada análise que fizer ao longo da prática. ​
 </​WRAP>​ </​WRAP>​
 </​WRAP>​ </​WRAP>​
Linha 294: Linha 303:
  
 Preparamos três arquivos no formato lido pelo //​Programita//:​ Preparamos três arquivos no formato lido pelo //​Programita//:​
-  - dados de indivíduos juvenis (diâmetro do tronco entre 1 e 5 cm): {{:2014:roteiros:​juvenil.dat|}} +  - dados de indivíduos juvenis (diâmetro do tronco entre 1 e 5 cm): {{ :ecovirt:roteiro:​juvenil.dat |}} 
-  - dados de indivíduos adultos (diâmetro do tronco > 5 cm): {{:2014:roteiros:​adulto.dat|}} +  - dados de indivíduos adultos (diâmetro do tronco > 5 cm): {{ :ecovirt:roteiro:adulto.dat |}} 
-  -  juvenis e adultos (padrão 1 adulto, padrão 2 juvenil): {{:2014:roteiros:​juvenil_adulto.dat|}}+  - juvenis e adultos (padrão 1 adulto, padrão 2 juvenil): {{:ecovirt:roteiro:​juvenil_adulto.dat|}}
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ecovirt/roteiro/pad_spat.txt · Última modificação: 2022/09/27 12:40 (edição externa)