Ferramentas do usuário

Ferramentas do site


ecovirt:roteiro:pad_spat

Diferenças

Aqui você vê as diferenças entre duas revisões dessa página.

Link para esta página de comparações

Ambos lados da revisão anterior Revisão anterior
Próxima revisão
Revisão anterior
Próxima revisão Ambos lados da revisão seguinte
ecovirt:roteiro:pad_spat [2021/09/20 11:23]
adalardo [Contexto]
ecovirt:roteiro:pad_spat [2021/09/27 09:57]
adalardo [Objetivo]
Linha 6: Linha 6:
  
 {{  :​ecovirt:​roteiro:​26_fha_rshow_terra3.jpg?​300|}} {{  :​ecovirt:​roteiro:​26_fha_rshow_terra3.jpg?​300|}}
-Investigar o padrão espacial em uma populações de +Investigar o padrão espacial em populações de plantas e discutir quais processos subjacentes poderiam gerar os padrões observados. Antes de tudo, porém, precisamos definir alguns conceitos. ​
-plantas e discutir quais processos subjacentes poderiam gerar os padrões observados. Antes de tudo, porém, precisamos definir alguns conceitos. ​+
  
 ===== Contexto ===== ===== Contexto =====
Linha 14: Linha 13:
 <WRAP center round box 60%> <WRAP center round box 60%>
 //​**__Padrões Espaciais__**//​ //​**__Padrões Espaciais__**//​
-  * aleatório: a distribuição dos indivíduos não é diferente do que seria esperado por uma distribuição ao acaso; +  * ''​aleatório''​: a distribuição dos indivíduos não é diferente do que seria esperado por uma distribuição ao acaso; 
-  * regular ou homogêneo: os indivíduos estão regularmente espaçados. É chamado também de padrão disperso, pois é o maior distanciamento ​médio ​possível entre indivíduos;​ +  * ''​regular'' ​ou ''​homogêneo''​: os indivíduos estão regularmente espaçados. É chamado também de padrão disperso, pois está relacionado ao maior distanciamento possível entre indivíduos;​ 
-  * agregado: os indivíduos estão mais próximos do que esperado por um padrão aleatório.+  * ''​agregado''​: os indivíduos estão mais próximos do que esperado por um padrão aleatório, formando agrupamentos.
 </​WRAP>​ </​WRAP>​
  
Linha 23: Linha 22:
 Detectar um padrão espacial pode ser importante tanto para entender os mecanismos que geram o padrão, como para decidir o método e a escala de amostragem e planejar o manejo de uma população. Algumas propriedades desejáveis de uma medida do padrão espacial são: Detectar um padrão espacial pode ser importante tanto para entender os mecanismos que geram o padrão, como para decidir o método e a escala de amostragem e planejar o manejo de uma população. Algumas propriedades desejáveis de uma medida do padrão espacial são:
  
-  * diferenciar claramente o padrão: desde a total uniformidade até a aleatoriedade e a agregação+  * diferenciar claramente o padrão; 
-  * não ser afetada por: tamanho da amostra, densidade populacional ou pela variação no tamanho e na forma da parcela+  * não ser afetada por: tamanho da amostra, densidade populacional ou pela variação no tamanho e na forma da amostra
-  * ser estatisticamente tratável: ​possível calcular um intervalo ​de confiança ​e testar a diferença ​entre amostras.+  * ser estatisticamente tratável: ​passível ​de calcular a incerteza do valor e testar a diferenças ​entre amostras.
  
-Para essa prática usaremos uma estimativa de aleatoriedade de pontos chamada K-Ripley. Primeiro iremos utilizar dados de distribuição ​de pontos ​simulados com diferentes padrões e em seguida utilizar a mesma técnica para detectar o padrão espacial em uma população natural. ​+Para essa prática usaremos uma estimativa de aleatoriedade de pontos chamada K-Ripley. Primeiro iremos utilizar dados de distribuição simulados com diferentes padrões e em seguida utilizar a mesma técnica para detectar o padrão espacial em uma população natural. ​
 <WRAP round box center leftalign 100% > <WRAP round box center leftalign 100% >
 //​**__Roteiro__**//​ //​**__Roteiro__**//​
Linha 50: Linha 49:
 O roteiro de [[ep1|índice de dispersão]]((podem rodá-lo em outro momento!)) demonstra como o padrão de distribuição pode ser afetado pelo tamanho da parcela usada. Isso significa que o padrão espacial pode ser **dependente de escala**. O roteiro de [[ep1|índice de dispersão]]((podem rodá-lo em outro momento!)) demonstra como o padrão de distribuição pode ser afetado pelo tamanho da parcela usada. Isso significa que o padrão espacial pode ser **dependente de escala**.
 */ */
-Nesta  prática vamos quantificar o padrão espacial usando um método multiescala. Os métodos de multiescala permitem, com uma única métrica, avaliar como o padrão espacial varia com a escala. ​Ao invés de trabalhar com amostras de uma população de interesse iremos ​descrever o padrão espacial para o conjunto total de indivíduos em uma população. Neste caso, temos um censo da população numa área delimitada e iremos ​ver que acontece com as medidas de agregação ​desde a escala ​de indivíduos ​vizinhos ​até a escala mais ampla da população. ​+Nesta  prática vamos quantificar o padrão espacial usando um método multiescala. Os métodos de multiescala permitem, com uma única métrica, avaliar como o padrão espacial varia com a escala. ​Iremos ​descrever o padrão espacial para o conjunto total de indivíduos em uma população ​em uma área delimitada e iremos ​avaliar ​padrão ​desde a escala ​da vizinhança dos indivíduos até a escala mais ampla da população. ​
 <WRAP right round box 25%> <WRAP right round box 25%>
 {{  :​ecovirt:​roteiro:​mandelbrot-fractals-o.gif?​|}} {{  :​ecovirt:​roteiro:​mandelbrot-fractals-o.gif?​|}}
Linha 56: Linha 55:
  
  
-Para a prática vamos utilizar um programinha chamado [[https://​www.ufz.de/​index.php?​en=41413|Programita]],​ feito pelo pesquisador Thorsten Wiegand para quantificar o padrões espaciais usando medidas multiescala baseadas em distância entre pontos. Para baixar o manual do **Programita** clique ​{{:​ecovirt:​roteiro:​manualprogramita2004b.pdf|aqui}}. ​+Para a prática vamos utilizar um programinha chamado [[https://​www.ufz.de/​index.php?​en=41413|Programita]],​ feito pelo pesquisador Thorsten Wiegand para quantificar o padrões espaciais usando medidas multiescala baseadas em distância entre pontos. Para baixar o manual do **Programita** clique ​
  
-No **Programita** existem várias medidas que podem ser usadas para calcular agregação,​ vamos usar duas delas o **O-ring** e o **L de Ripley**+{{:ecovirt:​roteiro:​manualprogramita2004b.pdf|aqui}}
  
-Ambas são abordagens baseadas em pontos, ​que utilizam o cálculo de distâncias ponto a ponto dentro de uma área delimitada. Essas medidas ​podem ser usadas para análises univariadas,​ ou seja, identificando ​o padrão ​para uma única classe de pontosou para análises bivariadas, que identifica ​padrão entre dois tipos de pontos. As análises bivariadas podem ser usadas no contexto de populações para verificar se indivíduos de um dado estágio estão espacialmente associados a outro, ou no contexto de estruturação de comunidades para analisar a agregação de uma espécie ao redor de outra+No **Programita** existem várias medidas ​que podem ser usadas para calcular ​o padrão ​espacialvamos usar duas delas:  ​ ​**L ​de Ripley** e o **O-ring**
  
-==== L de Ripley (L(r)) ==== +Ambas são abordagens baseadas em pontos, que utilizam o cálculo ​de distâncias ponto a ponto dentro de uma área delimitada. Essas medidas podem ser usadas para análises univariadas,​ ou seja, identificando o padrão para uma única classe de pontos, ou para análises bivariadas, que identifica o padrão entre dois tipos de pontos. As análises bivariadas podem ser usadas no contexto de populações para verificar se indivíduos de um dado estágio estão espacialmente associados a outro, ou no contexto de estruturação de comunidades para analisar se há atração ou repulsão na ocorrência de uma espécie em relação a outra
-{{:​ecovirt:​roteiro:​ripleys_game.jpg?​100 ​ |}} +
  
-O L de Ripley ​é uma medida da densidade média ao redor de cada pontoPara cada ponto na área de estudo ​ é calculada a densidade no interior de um círculo de raio r centrado no ponto (área cinza da figura). Em seguida, calcula-se uma média desses valores obtidos para todos os pontos. ​+==== K de Ripley ​ ​==== 
 +{{:​ecovirt:​roteiro:​ripleys_game.jpg?​100 ​ |}} 
  
-A operação é repetida para diferentes valores de $r$. $L(r)$ ​é uma medida ​derivada dessa densidade média ao redor dos pontos em função do raio de influência $(r)$que permite avaliar de maneira contínua a agregação dos indivíduos+ K de Ripley ​é uma medida ​da densidade média ao redor de cada ponto. Para cada ponto na área de estudo é calculada a densidade no interior de um círculo de raio centrado no ponto (área cinza da figura). Em seguidacalcula-se uma média desses valores obtidos para todos os pontos.
  
 +<WRAP center round box 80%>
 {{  :​ecovirt:​roteiro:​lripley.jpg?​200 ​ |}} {{  :​ecovirt:​roteiro:​lripley.jpg?​200 ​ |}}
-Figura: Implementação da estatística L de Ripley: contagem do número de pontos distantes de $ino interior do círculo de raio $r$. Extraído de Wiegand & Moloney (2004).+Figura: Implementação da estatística L de Ripley: contagem do número de pontos distantes de ''​i'' ​no interior do círculo de raio ''​r''​. Extraído de Wiegand & Moloney (2004)
 + 
 +</​WRAP>​ 
 + 
 + 
 +A operação é repetida para diferentes valores de ''​r'',​ que permite avaliar de maneira contínua o valor de ''​K''​ para diferentes escalas
  
-O $L_{(r)}$ é baseado na função K de Ripley, que é a densidade média de pontos a uma dada distância $r$ de cada ponto, dividida pela intensidade ($\lambda$) dos pontos na área de estudo((intensidade,​ nesse caso, é a densidade total; número de pontos médio por unidade de área)): 
  
 $$ K_{(r)} = \frac{\sum_{i\neq{j}}^{i}I({d_{ij}<​r})}{n}\frac{1}{\lambda}$$ $$ K_{(r)} = \frac{\sum_{i\neq{j}}^{i}I({d_{ij}<​r})}{n}\frac{1}{\lambda}$$
Linha 82: Linha 86:
   * $n$ é o número de pontos total. ​   * $n$ é o número de pontos total. ​
    
-A interpretação visual do $K_{(r)}$ ​não é muito intuitiva por ser uma função cumulativa. ​Por isso foi criado o L de Ripley, ​$L_{(r)}$que é a transformação:+A interpretação visual do ''​K'' ​não é muito intuitiva por ser uma função cumulativa ​associada à área do círculo relativo a ''​r''​L de Ripley, ​por sua vez é a padronização deste valor
  
 $$ L_{(r)}= (\sqrt{\frac{K_{(r)}}{\pi}}-r) $$ $$ L_{(r)}= (\sqrt{\frac{K_{(r)}}{\pi}}-r) $$
 +
 +Esta transformação faz com que o valor de ''​L''​ para uma distribuição completamente aleatória seja sempre ''​0''​ e  ''​L > 0''​ indica agregação,​ enquanto ''​L < 0''​ indica padrão homogêneo.
  
  
-que tem uma interpretação mais simples: $L(r)>0$ indica agregação,​ enquanto $L(r)<0$ indica padrão homogêneo. 
  
   ​   ​
Linha 95: Linha 100:
 A estatística **O-ring** é similar ao L de Ripley, mas baseada em um anel, ao invés de um círculo. É medida pela contagem do número de pontos em um anel de raio r e largura fixa. Da mesma forma que o L-Ripley também são calculadas as intensidades para diferentes tamanhos de anel, mantendo a largura fixa.  A estatística **O-ring** é similar ao L de Ripley, mas baseada em um anel, ao invés de um círculo. É medida pela contagem do número de pontos em um anel de raio r e largura fixa. Da mesma forma que o L-Ripley também são calculadas as intensidades para diferentes tamanhos de anel, mantendo a largura fixa. 
  
 +<WRAP center round box 80%>
 {{ :​ecovirt:​roteiro:​o-ring.jpeg?​200 |}} {{ :​ecovirt:​roteiro:​o-ring.jpeg?​200 |}}
 Figura: Implementação da estatística //O-ring//: contagem do número de pontos distantes de //i// ao longo do raio //r//. Extraído de Wiegand & Moloney (2004). Figura: Implementação da estatística //O-ring//: contagem do número de pontos distantes de //i// ao longo do raio //r//. Extraído de Wiegand & Moloney (2004).
 +
 +</​WRAP>​
  
 Logo, definimos $O(r)$ como:  Logo, definimos $O(r)$ como: 
Linha 113: Linha 121:
   * definir quando uma diferença é ou não aceitável para afirmar que o padrão é diferente do aleatório;   * definir quando uma diferença é ou não aceitável para afirmar que o padrão é diferente do aleatório;
  
-Para os dois primeiros tópicos acima, usamos as fórmulas e calculamos os valores. Para tirar a subjetividade do terceiro, podemos calcular intervalos de confiança ou gerar envelopes((equivalente a intervalo de confiança obtido por simulação numérica )) de confiança ​gerados ​por simulações,​ para definir objetivamente o que é algo diferente do esperado.+Para os dois primeiros tópicos acima, usamos as fórmulas e calculamos os valores. Para tirar a subjetividade do terceiro, podemos calcular intervalos de confiança ou gerar envelopes((equivalente a intervalo de confiança obtido por simulação numérica )) de confiança por simulações ​computacionais, para definir objetivamente o que é algo diferente do esperado ​para a CAE.
  
 </​WRAP>​ </​WRAP>​
Linha 294: Linha 302:
  
 Preparamos três arquivos no formato lido pelo //​Programita//:​ Preparamos três arquivos no formato lido pelo //​Programita//:​
-  - dados de indivíduos juvenis (diâmetro do tronco entre 1 e 5 cm): {{:2014:roteiros:​juvenil.dat|}} +  - dados de indivíduos juvenis (diâmetro do tronco entre 1 e 5 cm): {{ :ecovirt:roteiro:​juvenil.dat |}} 
-  - dados de indivíduos adultos (diâmetro do tronco > 5 cm): {{:2014:roteiros:​adulto.dat|}} +  - dados de indivíduos adultos (diâmetro do tronco > 5 cm): {{ :ecovirt:roteiro:adulto.dat |}} 
-  -  juvenis e adultos (padrão 1 adulto, padrão 2 juvenil): {{:2014:roteiros:​juvenil_adulto.dat|}}+  - juvenis e adultos (padrão 1 adulto, padrão 2 juvenil): {{:ecovirt:roteiro:​juvenil_adulto.dat|}}
 \\ \\
 \\ \\
ecovirt/roteiro/pad_spat.txt · Última modificação: 2022/09/27 12:40 (edição externa)